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Memória feminina: mulheres na história, história de mulheres
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Título
Memória feminina: mulheres na história, históriade mulheres
Autor
Maria Elisabete Arruda de Assis e Taís Valente dos Santos
Resumo
Esta publicação é o resultado de uma parceria entre o Instituto Brasileiro
de Museus/MINC e a Fundação Joaquim Nabuco/MEC, intermediada pelo
Museu da Abolição. Seu propósito é homenagear as mulheres que contribuíram, e contribuem, para a construção da história e cultura da sociedade brasileira.
Foram selecionadas 18 mulheres de diversas áreas (música, jornalismo,
artes plásticas, ativismo político, ciências, proteção do patrimônio, luta pela igualdade de gênero), das mais variadas regiões do Brasil, e cujas contribuições se encontram, em sua maioria, representadas em museus e espaços de memória. Obviamente esta escolha não almeja esgotar a contribuição de todas as mulheres, muitas delas anônimas em nossa história, nem tampouco pretende tomá-las como exemplares, mas permite que sejam consideradas como uma amostra deste universo que é muito mais amplo. O que se pretende, portanto, com esta seleção, não é outra coisa que concorrer para o reconhecimento do valor da contribuição feminina, e para valorizar e dar conhecimento ao leque de repertório pouco (re)conhecido e divulgado em nosso país.
A intenção é trazer à tona “A memória feminina: Mulheres na história, história de mulheres”. Histórias que são cristalizações de inúmeras outras, que padecem do anonimato e da invisibilidade, e que se tornam espelhos
perante os quais as brasileiras, crianças, jovens, adolescentes e adultas podem mirar-se, reconhecer-se e projetar-se, no futuro, como cidadãs a serem respeitadas nas diferenças e na luta pela conquista da igualdade de gênero em nossa sociedade. O objetivo, portanto, é desconstruir os preconceitos e discriminações historicamente produzidos sob o patriarcalismo que escondeu, quando não apagou, a presença das mulheres na nossa história.
A ideia de homenagear as mulheres, envolvendo museus, foi definida durante a reunião do Comitê Intergovernamental do Programa IBERMUSEUS, ocorrida em Lisboa, entre os dias 16 e 17 de outubro de 2014, na linha de trabalho Curadoria. A proposta foi consolidada por meio do desenvolvimento de um catálogo virtual, com a participação dos países que aderissem ao projeto, cujo desdobramento, além da homenagem, é dar visibilidade às coleções e aos museus dos países participantes. Sete países aderiram, além do Brasil: Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai. O Catálogo virtual, denominado “La memoria feminina – Mujeres en la historia, historia de mujeres”, coordenado pela Espanha, foi desenvolvido de maneira colaborativa, durante todo o ano de 2015 e foi publicado no dia 08 de março de 2016.
Esta foi a primeira iniciativa, em rede, de coleções de museus da comunidade Iberoamericana, que visou estabelecer diálogos multidisciplinares e narrativos sobre o patrimônio cultural na perspectiva de gênero, buscando enfatizar o salvamento e dar visibilidade à presença da mulher na história e nas comunidades de cada um dos países participantes, valorizando o seu papel social e cultural por meio das coleções que são preservadas em museus e casas de memória, como bens culturais portadores de memória e história. Este projeto definiu a quantidade máxima de 120 bens culturais participantes do catálogo, de todos os países envolvidos, cabendo a cada país a participação de 15 bens.
O Brasil iniciou um debate com os organizadores e demais participantes do projeto sobre a realidade brasileira, na qual a contribuição das mulheres para a história de nossa sociedade e cultura não se faz bem representada em nossos museus. A nossa indicação foi inserir bens não só materiais, mas também imateriais, os quais não estavam apenas nos museus brasileiros, mas também nas comunidades locais. Neste sentido, foram incluídas neste Catálogo a ciranda de Lia de Itamaracá; a preservação do conhecimento da Nação Xambá no terreiro fundado por Mãe Biu, depois da perseguição aos cultos de matriz africana durante o Estado Novo; a contribuição de D. Santa, rainha do Maracatu Elefante, na preservação do patrimônio do povo negro; a luta de Margarida Alves, líder sindicalista, assassinada por defender os direitos dos trabalhadores sem terra, e que se tornou um símbolo das trabalhadoras rurais, cuja luta tem inspirado a realização da Marcha das Margaridas que, anualmente, desde o ano 2000, se dirige a Brasília para negociar direitos e conquistas para as trabalhadoras rurais; as escritas inspiradoras, inovadoras, mas também denunciadoras, de Carolina Maria de Jesus, de Pagu e de Clarice Lispector; a expressão da liberdade sexual de Leila Diniz; a inestimável contribuição para a mudança do papel da mulher na sociedade quanto aos seus direitos, e igualdade entre os sexos, expressos nas lutas de Bertha Lutz e Francisca Senhorinha.
Este debate, que foi bem recebido pela comunidade participante do projeto
do IBERMUSEUS, expressou a preocupação quanto ao reconhecimento
das contribuições destas mulheres para a história e cultura nacional. Esta
preocupação foi norteada pela compreensão de que estas contribuições podem ser concebidas como objetos de musealização e, neste sentido, reforça a perspectiva das políticas públicas voltadas à memória, a exemplo do programa Pontos de Memória, realizado pelo IBRAM, que atende diferentes grupos sociais do Brasil que não tiveram a oportunidade de narrar e expor suas próprias histórias, memórias e patrimônios nos museus. Infelizmente, por dificuldades da plataforma virtual criada para abrigar o Catálogo do IBERMUSEUS, um conjunto de mulheres, que não estavam musealizadas, ficaram de fora. A partir da coleta de dados realizada pela equipe do IBRAM, responsável pela seleção, organização e desenvolvimento da contribuição do Brasil para o Catálogo do IBERMUSEUS, outra realidade se apresentou, além do corte das mulheres não musealizadas. O rico material textual sobre cada uma das mulheres e suas contribuições/criações/ações para a história brasileira, não foi absorvido, em sua completude, na plataforma criada para abrigar aquele Catálogo.
Neste sentido, é que se torna oportuna a ideia de produzir uma nova publicação contendo obras, museus, espaços de memória, e mulheres brasileiras, musealizadas ou não, que vem agora ao grande público. Esta publicação possibilita a ampliação do número de mulheres representadas naquele Catálogo on line, e inclui algumas importantes figuras de nossa história que não estão representadas em museus, mas estão em pontos de memória, em museus comunitários, e nas próprias comunidades e memória do povo brasileiro.
A parceria entre IBRAM e FUNDAJ, entre o Ministério da Cultura e o Ministério da Educação, viabiliza, neste momento, a publicação do conjunto
de textos, elaborados sob o signo da generosidade de cada um dos seus
autores, e das imagens cedidas por cada uma das instituições e profissionais envolvidos, a quem agradecemos e parabenizamos por tais contribuições.
Destacamos a importância deste projeto para o incremento do debate das
questões de gênero no Brasil, sob a perspectiva da memória, com esse recorte significativo de representações femininas.
É com grande prazer que desejamos boa leitura e proveito dos conteúdos.
Maria Elisabete Arruda de Assis
diretora do museu da abolição/ibram/minc
organização
Maurício Antunes
pesquisador da fundação joaquim nabuco
realização
Idioma
Português
Tipo de item
Livro
Assunto
Mulheres na história
Instituição
Instituto Brasileiro de Museus
Data de publicação
1 de janeiro de 2016
Descrição
A848m Assis, Maria Elisabete Arruda de; Santos, Taís Valente dos (Org.)
Memória feminina: mulheres na história, história
de mulheres / Maria Elisabete Arruda de Assis; Taís
Valente dos Santos. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco,
Editora Massangana, 2016
246 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7019-668-2
1. Mulheres, Memória, História, Brasil. I. Título
CDU 396(81)
Title
Memória feminina: mulheres na história, história de mulheres